"Te olho nos olhos
E você reclama
Que te olho muito profundamente
Desculpa
Mas tudo que vivi
Foi muito profundamente
Eu te ensinei quem sou
E você foi me tirando os espaços entre os abraços
Guarda-me apenas uma fresta
Eu que sempre fui livre
Não importava o que os outros dissessem
Até onde posso ir pra me resgatar?
Reclama de mim
Como se houvesse possibilidade de eu me inventar de novo
Desculpa
Desculpa
Se te olho profundamente
Rente à pele
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços
A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos
Eu não vou renunciar a mim
Nenhuma parte
Nenhum pedaçoDo meu ser vibrante
Errante
Sujo
Livre
Quente
Eu quero estar vivo
E permanecer te olhando profundamente"
(Ana Carolina)
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